sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O tempo passou, nos distanciamos. Depois de um tempo nos encontrávamos "escondidos" de nós mesmos como uns clandestinos do amor, parecia que a paixão reacenderia, mas conscientes demais para alguma paixão tipo adolescente, não sobrevivemos ao naufrágio total. Chegamos a conclusão de ser perda de tempo, uma vez que não evoluaríamos para lugar algum, com aquele sentimento destroçado por nós, traido de nós, subjulgado por nós. Através de um e-mail frio e cruel nos despojamos dúbios enrolados com as palavras. Acertamos o outro, ferimos o outro, enfiamos a lâmina até ao final, até não suportamos mais tanta verdade incruada na carne. No fim das contas foi um alívio, tanto para mim quanto para ela. Teríamos mais espaço, ela em sua belíssima casa e eu na rua, correndo atrás dos meus sonhos já tão esquecidos e sufocados de tanto casamento e compromissos que se mostravam além do que podíamos suportar. Ela dizia que viver juntos por muito tempo era asfixiante, eu não concordava mas calava, mais tarde acho que as coisas mudaram e fui eu quem aceitou e se adaptou melhor a esta constatação. Todavia, parecíamos ambos fortes sem o outro, mais felizes e resolvidos com a questão que envolvia a vida de cada um. Seguimos com as nossas vidas separados de nós, esquecidos de nós...

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