segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Nunca mais pude escrever, a vida se evaporou num outro estado, tenho apenas existido, não vivido de fato, de família agora para sustentar, apenas trabalho, sobrevivo a contas e planos para um futuro igual ao hoje que não muda nunca, deixei meus sonhos de lado, deixei a mim mesmo de lado, e o tempo deixou de existir. desta forma então vai-se morrendo aos poucos, ficamos em paz com os compromissos, com as pessoas ao redor, quando damos esse tipo de satisfação que não é devido a ninguém, mas nos traimos sempre, à medida que não atentamos para a falha do ser humano. Vamos trabalhar , trabalhar e tão somente trabalhar, engordar a doses homeopáticas de alegrias furtivas que não combina com nossos dias, com os nossos dias nem com os nossos sonhos, apenas um modo de suavizar o sofrimento que fomentamos calados enquanto aceleramos o processo de envelhecimento contínuo e desesperador. Já envelhecemos por dentro e sabemos disso, quando agora só há alegria quando deixamos de dever, quando o dinheiro nos conforta, quando damos a mão a palmatória e esquecemos do amor que não depende de nada disso para ser o que é, tanto o amor quanto o homem. Bobagens enlouquecem a vida, ilude o mais nobre dos homens, o vira de costas para fora de si mesmo, ele que poderia mudar o mundo, não muda agora nem a sua atitude, que sabe que o atormenta e o denigre do que realmente é, mas se conseguir se vestir de acordo, andar de acordo, respirar de acordo, será considerado um vencedor, mas que não vence dor alguma...Então repito: "O maior dever dos homens aqui na terra é salvar os seus sonhos". O resto são reticências...