segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Nunca mais pude escrever, a vida se evaporou num outro estado, tenho apenas existido, não vivido de fato, de família agora para sustentar, apenas trabalho, sobrevivo a contas e planos para um futuro igual ao hoje que não muda nunca, deixei meus sonhos de lado, deixei a mim mesmo de lado, e o tempo deixou de existir. desta forma então vai-se morrendo aos poucos, ficamos em paz com os compromissos, com as pessoas ao redor, quando damos esse tipo de satisfação que não é devido a ninguém, mas nos traimos sempre, à medida que não atentamos para a falha do ser humano. Vamos trabalhar , trabalhar e tão somente trabalhar, engordar a doses homeopáticas de alegrias furtivas que não combina com nossos dias, com os nossos dias nem com os nossos sonhos, apenas um modo de suavizar o sofrimento que fomentamos calados enquanto aceleramos o processo de envelhecimento contínuo e desesperador. Já envelhecemos por dentro e sabemos disso, quando agora só há alegria quando deixamos de dever, quando o dinheiro nos conforta, quando damos a mão a palmatória e esquecemos do amor que não depende de nada disso para ser o que é, tanto o amor quanto o homem. Bobagens enlouquecem a vida, ilude o mais nobre dos homens, o vira de costas para fora de si mesmo, ele que poderia mudar o mundo, não muda agora nem a sua atitude, que sabe que o atormenta e o denigre do que realmente é, mas se conseguir se vestir de acordo, andar de acordo, respirar de acordo, será considerado um vencedor, mas que não vence dor alguma...Então repito: "O maior dever dos homens aqui na terra é salvar os seus sonhos". O resto são reticências...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Muito tempo se passou, muitas coisas aconteceram, um vendaval diário de pulsações latentes que é a vida. Esta(a vida), deu uma guinada para o equilíbrio, encontrei um bom emprego, o que me deixou afastado de tudo, das tormentas e do computador também, por isso esta ausência, portanto este espaço de dias entre um texto e outro, mas agora estou aqui mais uma vez, mais saudável e feliz, as coisas se acertaram, fazia planos como nunca, voltei a viver a tão desejeda lua de mel cotidiana, passamos a nos ver bem menos e talvez por isto a saudade era outra, demonstrava dedicação ao trabalho, ela via o meu esforço e reconhecia, realmente é preciso alguma distância, casamento às vezes sufoca, todo dia a mesma coisa, se não há diversificações no dia a dia, a cabeça pira , a alma cansa, as brigas nascem. É preciso mesmo sabedoria e muito amor, que a instabilidade finaceira sempre trata de atrapalhar. Contudo, conincidentemente ou não, tudo se estabilizou agora, até a TPM foi vencida este mês, vivemos dias de ouro, porém um dado novo preocupa: Acabei de realizar uma proeza, acabei de ser despedido! Ops!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Quase uma semana de silêncio estrondoso dentro da minha cabeça; Não nos falávamos mais, mal dormíamos juntos. Era constrangedor a dor e a ausência de amor, dentro de uma casa, pessoas que não se falam, se desprezam e se estranham. Me sentia um hóspede dentro da minha própria casa. Ela fazia o seu papel, eu tentava estar à altura, mas eu era presa fácil, não teria estômago para seguir até o fim com a minha decisão de responder como ela fazia, com silêncio e desprezo, toda aquela situação. Teve uma hora que achei que estava ganhando a disputa, mas eu sabia, como sempre soube e sei, que era uma triste ilusão minha. Perderia de novo. De uma hora para outra, eu já esperava, tudo mudaria, sentimentos dessses tipo sempre me destrói e eu invariavelmente sempre sucumbo. Batata! Enquanto eu amadurecia a idéia de deixá-la de vez, sair de casa de uma vez por todas, rascunhava num papel, frases de canções que fizera parte de nossas vidas felizes de outrora, como se escrevesse para ela, deixei a folha com essas declaraçõese perto do computador, onde ela frequentemente habitava. Quando cheguei em casa à noite lá estava ela, fingindo que não lera nada, mas algo se instalou entre nós, uma esperança ainda inalcansável, mas uma esperança, de que tudo mudaria, mas mesmo assim, eu ainda estava muito magoado com tudo, então ignorei e o tiro mais uma vez saiu pela culatra. Ela sempre é muito mais forte que eu. Eu não sou assim, vingativo, calculista, ao contrário dela que é forte e cruel. Na manhã seguinte, quando ela se preparava para sair para o trabalho e eu ainda me via deitado na cama, sonolento e semi nu, de olhos semi cerrados a vi se arrumando em frente ao espelho, linda como eu a via, vaidosa e feminina; fiz menção de lhe dirigir a palavra mas recuei, calei, senti que não era a hora mas num misto de mágoa e paixão resolvi arriscar. "Estou com saudades de você!" Ela não respondeu, prossegui sem medo. "Posso te abraçar?" Ela disse que não. Abracei assim mesmo e para minha surpresa ela baixou a guarda e me correspondeu me abraçando também, me abraçou forte como se sentisse muito, ficamos assim por alguns segundos, a paz parecia que voltava. Beijei-lhe a face, Ela pela primeira vez em uma semana se despedia de mim antes de sair...
Duas horas e meia depois o interfone tocou, era o entregador de uma loja de eletrodoméstico trazendo um fogão que ela encomendara dias antes. Recebi a mercadoria, liguei para ela em seguida, dei-lhe a notícia da entrega e ela com a voz feliz agradeceu, eu com o coração mais leve pus o telefone de volta no gancho. A vida podia estar voltando a sua normalidade. Contudo, devo dizer, ainda sinto muito...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ela me mandou embora! Mas eu não fui. Engoli a seco suas ásperas palavras, ácidas mais que um limão verde. Finquei o pé, não consegui ir em frente, dei tempo ao tempo e a ela, de se entenderem melhor. As vezes tudo o que precisamos é de tempo. Mas fiquei resabiado se não buscava desculpas para permanecer ali, msmo humilhado, desprezado, preterido. Não precisava ouvir aquilo, não tinha que permanecer ali. Apenas acatar as ordens da dona de tudo e aceitar a expulsão sumária, na minha cara, de sua cara seca e nervosa e injusta. Pensei na TPM, já houve outras vezes, depois a gente se acalma. Briguei Também, Gritei também, mas emudeci diante tanta determinação. Saía daqui, saía de casa! Tudo era claro demais, menos a compreensão dos fatos do que somos, algo estava sem sincronia. Tudo não poderia acabar assim, por tão pouco, do nada, era apenas desabafo, queria acreditar.
Fazem hoje quatro ou cinco dias da tormenta, e continuo aqui, debaixo do mesmo teto, sem se falar, sem se tocar, porém começa a sugir, por força do convívio com os afazeres do lar e com as crianças, algum vertigios de paz. Falamos ainda muito pouco, parece que a mágoa dessa vez não passa fácil, não almoço mais em casa, fico pouco por aqui agora, apenas continuo... mas preciso saber até onde há consideração verdadeira entre nós. Não quero discutir relação, não quero ser subestimado nem ser um pária dentro de minha própria casa, ops, minha dela(a casa), prefiro mesmo sair. Esta idéia se amadurece dentro de minha cabeça, mas o amor ainda é maior. O problema é que não consigo separar as coisas, ou estamos completamente juntos, com todos os problemas de idéias, ideais, finanças, o que for, ou simplesmente não estamos. É preciso que haja amor, senão parece negócio. Temos contas a pagar e se você não conseguir, eu sinto muito. Isso não é honesto, ao contrartio do que os capitalistas pensam, por isso não são felizes, pior, por isso não acreditam no amor. Por isso são o que são, estáveis com suas convicções de merda e completamente perdidos com a vida e com a relação. Por isso as traições, por isso as desconfiança, por isso o desastre de um ser humano não conseguir conviver com o outro. O dinheiro é o anti cristo que ninguém percebe. Sou da ótica caótica do romantismo, ela do realismo, mas se a alma não fosse pequena....
Sua mãe, minha mulher, uma virginiana convicta, esmaga o amor sem querer saber. A vida prática, na prática e em sua visão, tem que ser seca e objetiva, direta, não consegue sorrir nem relaxar, quando esta, a vida, tem brechas por onde entra o infalso modo de viver. Apredi duas coisas sobre a minha mulher, não mexa com sua cria nem com a sua grana. A mulher pega fogo! E mesmo que não seja este o caso, ela faz questão de ter controle sobre tudo, mesmo atropelando tudo e flertando com a solidão, com a mágoa e com a injustiça. Ora bolas, quem sou eu nesta estória?! Faço de tudo que posso, contribuo como posso, e mesmo sendo uma opção minha, pessoal e intransferível, abdiquei um pouco dos meus objetivos em nome da paz conjugal, tentando ser um marido "ideal", e não me importo de morrer por eles. Mas esse tipo de comportamento, muitas vezes é mal compreendido, as pessoas confundem o amor com submissão. Eu não entendo o porque das pessoas travarem uma disputa em entrelinhas estúpidas, tentando ser mais que o outro, sendo autoritário, não se importando se o outro faz papel de otário. Essas pessoas não entendem que fazendo de seu parceiro um submisso, um fraco, tudo o que conseguem é ter ao seu lado um parceiro, frouxo, submisso e fraco. É isso por que lutam?! Ao invés de se unirem para serem fortes juntos, brigam entre si para ser mais forte que o outro. ESTÁ ERRADO! O Amor não comporta este tipo de diferença entre os que eram para serem iguais. Se o parceiro for mesmo um bocó ou se deixar levar em nome de uma paz suspeita, vai perder, não vai conseguir atingir o que pensa ser o certo, abrirá uma fenda enorme na relação, um distanciamento até natural entre ambos por estarem e se permitirem estar em degraus diferentes. Por isso, meu amor, em nome desse próprio Amor, de você, de nós, eu não posso e me recuso a compactuar com esta guerra burra, quando tudo que desejamos é ser feliz ao lado um do outro, e ainda sermos menores que o dinheireo, por xemplo, não é a melhor forma de se mostrar digno de ser amado. Por isso, meu amor, luto pelo o que não precisaria ser buscado, a sua admiração. Se eu baixar a cabeça para a sua raiva e autoritarismo, posso conservá-la por algum tempo, mas não por muito tempo. É preciso correr o risco por isso, e que haja admiração mútua mesmo entre aqueles que se julgam superiores. Não por pretensão, apenas por dignidade.

sábado, 25 de julho de 2009

O menino não tem medidas! 13 para 14 anos e já se acha um homem, valentezinho astuto e esperto! Tudo bem , é assim mesmo, mas não é fácil de segurar a barra, quando uma criança que nem secou o mijo das calças te enfrenta como se você fosse qualquer um, - e eu não sou esse qualquer um que ele está pensando -. Eu sou o "substituto" de seu pai, quem Deus colocou em seu caminho para lhe cudar e cuida, ele há de me ter mais respeito! E tinha! Éramos amigos, carinhosos um com o outro, mas agora, de uma hora para outra, não é mais assim! Sofro muito com isso, por tanto que o amo! Ele era, ou é, o meu moleque, o meu guri, o filho que não tive. Inteligente, espirituoso, especial. O que houve então?! Depois que cresceu um pouquinho, acha que pode passar por cima de mim?! De toda forma, perdi campo e espaço, tanto em casa quanto em seu coração, mas sei todavia que tenho lá algum reconhecimento seu em particular. As pessoas me dizem e eu acredito. Ele apenas está aflorando para vida e eu sou o seu primeiro alvo vivo de constatação de sua masculinidade à toda prova e acho que tenho mesmo que segurar a onda, mas não é fácil, repito, não é fácil. As coisas de afirmação de sua nova personalidade, de seu caráter se formando agora fora de casa, e tudo pedindo passagem, posto à prova, aqui, dentro de casa, onde ele se sente o homenzinho do lar, e é, adoravelmente, sem saber! Tenho que lhe dar este apoio, mesmo que me custe a autoridade. Mas por amor, a gente se submete. Um dia ele vai entender! O Meu filhote!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ela, a filha, só tem 15 aninhos, e não me obedece mais. Fica querendo medir forças comigo, (será que eu terei que apelar para a Liga das Mulheres?!) eu que tenho mais de 40, e ainda me vejo entrar no seu joguinho de aborrecente. Ela nem o seu irmão de 13, cheios de personalidades próprias, não entendem o meu papel, me dificultam a atuação dentro de casa e de suas vidas, pelo meu lado, muitas vezes mostro-me um tanto o quanto imaturo às vezes também, querendo mostrar atitude e autoridade, urhghhh, um erro, mesmo porque não é fácil lidar com tudo. Como é difícil criar! O ser humano é mesmo muito complexo e difícil, tem a liberdade como instinto e não respeita muito a hierarquia da vida, principalmete no seu início, até entender o sistema leva tempo, o caso é, se não nos cuidarmos, tudo se perde, a educação, o respeito, o amor. Não é por mal que os pais batem nos filhos, não é por mal também que os filhos desobedecem os pais, são apenas instintos aflorando com a idade, luta pela identidade, liberdade e sem base, experiência de vida, metem os pés pelas mãos, mas nada que não seja normal. Querem ser auto suficientes, independentes, insubordinados, dificilmente entenderão que se pudéssemos, os deixariam absolutamente livres para tudo, contudo, sabemos do perigo que os rodam, aliás, que NOS rondam e ensinar-lhes a lição, a disciplina, modos e compustura não é tarefa das mais simples, é apenas necessário. Ela não quer me dar satisfação e sai sem dizer nada. Não entende que eu preciso saber onde ela vai. Sua mãe está no trabalho e se me liga perguntando sobre ela, o que vou dizer? Não quero mandar em ninguém mas queroe ser respeitado e isso me enerva. Eles se apoiam no discurso da poderosa mãe. Acham que ela é a única a quem devem respeitar, sem dar bola para mais ninguém. Acho isso tão simples de entender! Devemos respeitar quem quer que seja, principalmente se é mais velho que nós, que nos protegem e se preocupam com o nosso futuro, contribuindo de todas as maneiras para termos uma vida no mínimo saudável e segura. Mas eles não aceitam!!!!
Mas sei que gostam de mim, de alguma forma sabem da minha importância em suas vidas e acho que por isso deve haver respeito em nossa relação, sim. Confilto de geração, nada mais, espero. Acho que de repente quero mais do que poderia, quero ser amado como um pai, mesmo que um paidastro. Mas tudo bem, vou ver se consigo relaxar. Vou deixar rolar...
Como ninguém me ler mesmo, acho que posso ficar mais à vontade para usar este espaço como uma agenda diária neste blog esquecido de todos e de mim mesmo, também. Eu adoro vinho, mas há tempos que não bebo um bom vinho. Eu adoro a vida , mas há tempos não a vivo. Tenho dois filhos que não são meus, uma casa que não é minha, uma mulher que insiste em ser super independente, nada contra, mas o fato é que isso me deixa excluso às vezes de suas decisões e de sua família, da qual acho que sou parte integrante, e que amo acima de tudo como parte de mim. As crianças estão crescendo, é fato! E o que antes já era incontrolável para um padastro, agora torna-se ainda mais. Não tenho pretensão de substituir ninguém, mas sinto-me responsável por eles, o que de fato sou. Mas eles estão na época de confrontar, de se afirmar atravéz da afronta e do domínio, conquistas de espaços, coisas do gênero, e onde me encaixo nessa nova fase? Sou o primeiro alvo deles, luto de forma digna contra tudo isto, quero um pouco de respeito, mas eles não entendem muito sobre alguém, que não é o seu pai, dar ordens como se fosse, ainda mais quando a mãe nem sempre me apoia, dando liberdade demais para cabecinhas infantis e em desenvolvimnto entender e separar. Sinto-me sozinho às vezes, mas quando estamos em paz, sou o homem mais feliz do mundo! Amo-os como se fossem meus de verdade, e de verdade são, eu bem sei, embora eles não entendam tanto assim. Isto é apenas a vida em estado bruto, em ebulição constante, em prova, à lapidação, e eu à prova a todo instante. Acho até que estou me saindo bem!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Pude voltar!
Penso e me incomodo com o pensamento de observar como nos adaptamos a tudo, mesmo que seja uma coisa ruim adaptarmo-nos. Por exemplo, hoje não fui ao trabalho, não estou com medo de perdê-lo, quero inclusive deixá-lo, falto por estratégia, e no entanto, sinto-me incomodado de perdê-lo tão somente, incomoda-me também, o fato da minha ausência, numa espécie de delírio pós-traumático da minha suposta irresponsabilidade. Mesmo querendo, sabendo o porque, querendo ser madado embora, não me sinto confortável em casa, parece que meu corpo gostaria de estar lá, mesmo sem nenhuma condição descente de trabalho, mesmo com o salário indigno que tanto reclamo e abomino, com a escravidão. Eu não sei a que se deve, mas meu senso de responsabilidade me atrapalha às vezes, veja bem, eu deveria estar tranquilo, feliz da vida, pois tudo o que pode me acontecer é exatamente tudo o que quero que me aconteça, mas que no entanto, não consigo ignorar, estar em paz, continuar em frente. Será que é o meu complexo de inferioridade aflorando novamente, de que tenho que dar explicação a meus "superiores" em tudo? Droga! Eles não representam nada para mim! Deveria estar cagando para eles! Fé, força e coragem, rapaz! Esteja certo! Vá em frente! Acredite em você! Não tenha medo do futuro! Aconteça!!!
Mil perdões, mas o tempo não me tem deixado tempo, e agora quando escrevo é em papéis avulsos que enfio nos bolsos e os percos em seguida. Quis já escrever sobre tanta coisa, mas longe de tudo, apenas espasmos literários me sobresaem da mente e caem como um paralepípedo nos pés. Agora mesmo quis escrever algo que trazia na cabeça, mas parece que caiu, sumiu ou então voou, não sei, o fato é que já preciso ir e hoje por sorte tive este tempo, mesmo que lacônico e aqui estou. Espero poder vir com mais frequência. Espero mesmo! inté!