segunda-feira, 8 de setembro de 2008

22. "Na mão do palhaço!" Essa foi a primeira coisa que eu pensei, essa expressão pejorativa que tenta nos indica o quanto estamos à mercê do que quer que seja. Hoje pela manhã fui levar o filhote para o colégio e simplesmente tive que trazê-lo de volta para casa! Não haveria aulas naquele primeiro dia da semana, quando tudo o que mais queremos é não querer fazer nada, não sair de casa, deixar o dia passar, revigorar as forças com um bom dia de ostracismo e papo para o ar, mas infelizmente nada é assim, temos que nos desdobrar para cumprir com os nossos deveres e um deles é levar nossos filhos ao colégio, e lá estava eu, boquiaberto pela recepção nos conferida. Uma mulher de uniforme não deixou nem o moleque descer do carro, "pode voltar filho, hoje não teremos aulas", perguntei porque já aflito com todo o meu esforço dispensado, e pasmei com a justificativa. Havia sido baleado o chefe do tráfico de uma favela próxima e todo o comércio da redondeza estava, por ordem deles, dos traficantes, de portas fechadas. Ainda esbocei um grito de repúdio, "mas que absurdo", mas senti pelo o olhar da distinta mulher da escola, que a minha reação não era apropriada, tasquei o pé no acelerador e me mandei dali. Meu filho, está agora em casa, aprontando das suas, sem ter noção do que isto significa para ele e para a sociedade da qual já faz parte. A esta hora era para ele estar na escola, mas o Estado também não estava - não estava, não está, nem está nem aí - Estávamos sim, como dito no início, todos na mão do palhaço! NA MÃO DO PALHAÇO! Essa desnorteante sensação de impotência...

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