quarta-feira, 3 de setembro de 2008

19. E as carretas vão se arrastando feito vermes e se amontoando aos poucos bem à nossa frente, impedindo o avanço do dia... da urgência que todo dia tem. As carretas vem e vão, num monótono contínuo progresso, retrocesso para todos nós!
São 8 horas da manhã e já vejo toda a minha calma sufocar com a poeira e com o gás carbônico que esses indesejados automóveis expelem. Bem perto de casa, impedidos de retornar, lá estamos nós, afoitos, loucos, insanos, querendo um ínfimo de passagem para que possamos prosseguir a viagem, chegar em casa, mas elas não vão deixar, estarão estacionadas de qualquer maneira pelas ruas, pelas esquinas, na porta das nossas casas, poluindo de todo modo as ruas do bairro onde moro. Estava a 200 metros de casa e levei o mesmo tempo para chegar de como se estivesse à dois quilomêtros! Elas param na curva, nas saídas das garagem, no meio da rua, e não se importam com o engarrafamento que provocam nem com o atraso que pode deixar o pai de família desempregado, não estão nem aí com a urgência de quem quer que seja, elas precisam descarregar, e isso é tudo o que importa, nós, moradores, é que esperemos o tempo que for necessário e o resto que se exploda!
Enquanto isso meu filho vai a pé para a escola, as autoridades fazem vista grossa para o problema e o pai desesperado ainda procura pelo corpo do filho assassinado...

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