quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sua mãe, minha mulher, uma virginiana convicta, esmaga o amor sem querer saber. A vida prática, na prática e em sua visão, tem que ser seca e objetiva, direta, não consegue sorrir nem relaxar, quando esta, a vida, tem brechas por onde entra o infalso modo de viver. Apredi duas coisas sobre a minha mulher, não mexa com sua cria nem com a sua grana. A mulher pega fogo! E mesmo que não seja este o caso, ela faz questão de ter controle sobre tudo, mesmo atropelando tudo e flertando com a solidão, com a mágoa e com a injustiça. Ora bolas, quem sou eu nesta estória?! Faço de tudo que posso, contribuo como posso, e mesmo sendo uma opção minha, pessoal e intransferível, abdiquei um pouco dos meus objetivos em nome da paz conjugal, tentando ser um marido "ideal", e não me importo de morrer por eles. Mas esse tipo de comportamento, muitas vezes é mal compreendido, as pessoas confundem o amor com submissão. Eu não entendo o porque das pessoas travarem uma disputa em entrelinhas estúpidas, tentando ser mais que o outro, sendo autoritário, não se importando se o outro faz papel de otário. Essas pessoas não entendem que fazendo de seu parceiro um submisso, um fraco, tudo o que conseguem é ter ao seu lado um parceiro, frouxo, submisso e fraco. É isso por que lutam?! Ao invés de se unirem para serem fortes juntos, brigam entre si para ser mais forte que o outro. ESTÁ ERRADO! O Amor não comporta este tipo de diferença entre os que eram para serem iguais. Se o parceiro for mesmo um bocó ou se deixar levar em nome de uma paz suspeita, vai perder, não vai conseguir atingir o que pensa ser o certo, abrirá uma fenda enorme na relação, um distanciamento até natural entre ambos por estarem e se permitirem estar em degraus diferentes. Por isso, meu amor, em nome desse próprio Amor, de você, de nós, eu não posso e me recuso a compactuar com esta guerra burra, quando tudo que desejamos é ser feliz ao lado um do outro, e ainda sermos menores que o dinheireo, por xemplo, não é a melhor forma de se mostrar digno de ser amado. Por isso, meu amor, luto pelo o que não precisaria ser buscado, a sua admiração. Se eu baixar a cabeça para a sua raiva e autoritarismo, posso conservá-la por algum tempo, mas não por muito tempo. É preciso correr o risco por isso, e que haja admiração mútua mesmo entre aqueles que se julgam superiores. Não por pretensão, apenas por dignidade.

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