Há muito tempo, não me via em sintonia com a vida afetiva, um desequilíbrio cotidiano tomara conta do que eu mais gostava, o amor se ausentara por uns dias e isso foi o bastante para que não mais nos entendêssemos, mal conversávamos, cansados do dia a dia e da quase penosa missão de cuidar da casa, dos filhos, do trabalho, etc. Um belo dia, ou melhor, uma bela noite, dei a falar na cama, já tarde da noite sobre coisas banais com uma nova alegria que pudesse ao menos nos devolver, o ofício do diálogo. Naquele dia havia jogado a sorte na loteria e levantei a hipótese de ser o sorteado e indaguei o que poderíamos fazer com a bolada que receberia. No início houve resistência, mas logo nos vimos devaneando sobre um futuro, que talvez nunca chegasse, contudo, tivemos o nosso presente de volta, estávamos rindo das inúmeras possibilidades que ardem nessas horas, fomos dormir tarde, mas felizes como há muito não nos víamos.
rebecaervas
Há 13 anos
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